Pulverização agrícola: como prática evoluiu para otimizar uso de químicos no campo
01/05/2025
(Foto: Reprodução) Equipamentos lançados na Agrishow são dotados de tecnologias como sensores ópticos, sistema de gerenciamento de dados e autonomia para reduzir impactos ambientais. Maior feira de tecnologia agrícola do país vai até sexta-feira (2) em Ribeirão Preto (SP). Novas tecnologias otimizam uso de químicos na pulverização do campo
A agricultura brasileira já viveu tempos em que o uso intensivo de produtos químicos era quase sinônimo de produtividade. Contudo, a conta ambiental chegou. Em 2021, o Brasil atingiu 719,4 mil toneladas de agrotóxicos consumidas, um salto de 91% em relação a 2003, segundo dados da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Além disso, estudos alertam que a contaminação e os riscos à saúde humana seguem sendo preocupações centrais. Essa realidade acelerou o desenvolvimento de tecnologias mais responsáveis, que colocam a sustentabilidade no centro da operação. Na Agrishow 2025, maior feira de tecnologia agrícola do país que acontece em Ribeirão Preto (SP) até sexta-feira (2), esse movimento é evidente: a nova geração de pulverizadores alia precisão, automação, conectividade e respeito ao meio ambiente.
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Entre os destaques estão tecnologias que garantem aplicações gota a gota, equipamentos de grandes dimensões que reduzem o número de passadas no terreno e ainda sensores ópticos que reconhecem as pragas para uma aplicação mais certeira.
Pulverizadores dotados de tecnologia para redução dos impactos ambientais podem ser conferidos na Agrishow 2025
Divulgação CaseIH
Aplicação gota a gota e menos passadas
Uma das novidades é o pulverizador Patriot Série 50, que incorpora um sistema responsável pela aplicação gota a gota, de acordo com a velocidade e relevo do terreno. “É uma revolução. O pulverizador entende onde estão as ervas daninhas e aplica somente ali. Isso representa uma economia de até 80% no uso de defensivos”, destaca Nilson Righi, gerente de marketing tático da Case IH.
O mesmo sistema reconhece as plantas daninhas em tempo real por câmeras e atua de forma localizada. A marca também lança drones pulverizadores com até 70 litros, capazes de operar em áreas de difícil acesso, reduzindo a compactação do solo.
Pulverizadores com barras de até 42 metros, que reduzem o número de passadas, o consumo de combustível e o impacto ambiental, são apostas da Valtra.
“Na pulverização, cada ml importa. Aplicamos o produto certo, no local exato, com o mínimo de deriva. A tecnologia embarcada é essencial”, explica Claudio Esteves, diretor comercial da marca.
Com telemetria, piloto automático e mapas de produtividade integrados, a empresa busca elevar o padrão da pulverização e garantir frutos com mais qualidade, graças a uma penetração eficiente do insumo na planta.
Pulverizador da CaseIH
Divulgação/ CaseIH
Sensor óptico e pulverização seletiva
Outra inovação é um sensor óptico de alta precisão que identifica e aplica defensivos apenas sobre as plantas daninhas, sistema incorporado ao pulverizador WeedSeeker 2. “A pulverização seletiva, como com o WeedSeeker, reduz drasticamente o uso de químicos e aumenta a sustentabilidade”, afirma Giancarlo Fasolin, gerente sênior de marketing estratégico da PTx.
Reconhecida por suas soluções em tecnologia de aplicação, a Herbicat também avança com equipamentos e acessórios que facilitam a pulverização direcionada, especialmente em culturas perenes e áreas de manejo diferenciado.
A marca investe em equipamentos com controle de vazão, sensores e integração com plataformas de agricultura de precisão, atendendo desde pequenos agricultores até grandes grupos do setor. Uma das novidades é o sistema "Calda Certa", que incorpora tecnologias de conectividade e rastreabilidade.
“O sistema permite ao usuário preparar a calda com o mesmo nível de qualidade e eficiência industrial. (...) O usuário tem a rastreabilidade completa, auditoria, certificação e segurança, desde a saída do produto do almoxarifado até o metro quadrado aplicado, ou seja, permite a gestão de todo o processo”, afirma Jander Sampaio, diretor da Herbicat.
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Pulverizador autônomo da Hural
Divulgação/ Hural
Pulverização autônoma e movida a energia elétrica
A Hural Dynamics apresenta o Rover TR-P200, um pulverizador elétrico autônomo 100% nacional. Sem uso de diesel, ele cobre até 14 hectares por hora com precisão, sem emissão de carbono e desperdício mínimo.
“O custo de operação é cinco vezes menor que o de uma máquina tradicional. O que custa R$ 5 por hectare, conosco custa menos de R$ 1”, analisa Michell Jabur, CEO da empresa.
Pulverizador da Valtra tem capacidade estendida para reduzir passadas no campo
Divulgação/ Valtra
Além disso, o Rover elimina o risco de intoxicação do operador, uma preocupação crescente no setor. A tecnologia promete atender tanto pequenos quanto grandes produtores e ainda pode ser alimentada por uma estação solar própria. “Você vai a uma fazenda e o operador está vestido como um cirurgião. Com nosso pulverizador, esse risco é zerado.”
FOTOS DA AGRISHOW 2025
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